terça-feira, 23 de outubro de 2012

Resumo Lesões não Cariosas: Dentística I


EROSÃO.

Etiologia:

Definida como sendo resultado da dissolução química dos tecidos dentais mineralizados (esmalte e/ou dentina), decorrente de soluções ácidas, sem a presença de microorganismos.
Obs:Ou seja perda irreversível do tecido dentário  por processos químicos que não envolvem bactéria.

Durante a formação do esmalte, vários ions são  incorporados  aos cristais de hidroxiapatita, tais como: estrôncio, magnésio, carbonatos e fluoreto. Esse cristal sofre dissolução por ácidos, estes determinam as bases químicas das lesões de cárie.


O esmalte é freqüentemente desmineralizado, por exemplo: refrigerante (pH ácido).  Entretanto, o mesmo se remineraliza, cujos minerais são obtidos da saliva.

Embora possa acometer todas as faces do dente, é mais comum no terço cervical vestibular dos incisivos. Clinicamente, se mostram em forma de pires ou U,  com pouca profundidade, lisas e polidas, com bordas definidas, livres de placa e pouco brilho.

Quando a dentina está envolvida, sua evolução é mais rápida, pois esse tecido possui menor quantidade de material inorgânico tornando menos resistente a desmineralização ácida.

Como consequência o paciente pode apresentar sensibilidade provocada por estímulos externos, que com o tempo podem induzir a formação de dentina esclerótica por parte do complexo dentino-pulpar.
O complexo dentino-pulpar é a estrutura formada pelo conjunto da dentina e da polpa dentária (a estrutura interna do dente, ela é formada por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado).

Segundo Eccles (1979), a dissolução dos tecidos dentais podem ser classificadas em lesões superficiais, quando a lesão envolve apenas o esmalte, localizadas, quando atinge 1/3 da dentina; e extensas, quando a lesão abrange mais de 1/3 da dentina.

A erosão dental é decorrente de fatores extrínsecos, intrínsecos e idiopáticos. Os extrínsecos são ácidos de origem exógena proveniente de frutas e bebidas ácidas, indústrias químicas, piscinas cloradas e fármacos. Já os extrínsecos é causado devido a queda do pH na cavidade bucal decorrente de processos fisiológicos crônicos como regurgitação do suco gástrico/vômitos (refluxo gastroesofágico, vômitos devido ao alcoolismo, anorexia e bulimia nervosa) xerostomia e alterações metabólicas. (Hipertireoidismo)
Já os de origem idiopática são causadas por ácidos desconhecidos.

Obs: Frutas e bebidas:  Refrigerantes, Bebidas energéticas (Muitas destas bebidas contém
ácido cítrico, fosfórico e carbônico, entre outros, e pH freqüentemente menor que 4.0.)
Frutas cítricas, limão, abacaxi etc...


Piscinas cloradas: Foi verificado que à exposição prolongada à água clorada com pH fora da faixa adequada é fator para surgimento de erosão e manchas dentais. Observou-se que nadadores competitivos são submetidos a frequência e duração de treinamentos extensivos, tornando-os propensos ao desenvolvimento das patologias analisadas pela exposição prolongada ao cloro.
Tem sido relacionado, ainda, como exposição a ambientes ácidos, a natação em piscinas com baixo pH, devido à manutenção inadequada. CENTERWALL et al. (1986) concluíram que aproximadamente duas horas diárias de natação, por quatro semanas, em piscinas com pH 2,7, são sufi cientes para provocar erosão. A Associação Americana de Saúde Pública recomenda
a manutenção das águas de piscina num nível de pH entre 7,2- 8,0.

Indústrias químicas: Funcionários de indústrias que trabalham com produtos ácidos também são susceptíveis à erosão dental (SHAFER et al., 1987; BRANCO et al., 2008). Os fatores extrínsecos ambientais envolvem a exposição de trabalhadores aos vapores ácidos de indústrias químicas ou de metais, sem a proteção adequada.

Fármacos: Além disso, como muitos medicamentos líquidos infantis possuem baixo pH endógeno, estes podem também favorecer a erosão dental, principalmente se permanecerem em contato por tempo prolongado com a superfície dentária10.
O retorno ao pH neutro é consideravelmente lento provavelmente devido à consistência viscosa destes medicamentos (DURWARD & THOU, 1997).

Hipertireoidismo: difícil estabelecer a causa exata da ocorrência de erosãodental, porém sugeriram que a elevação do nível de hormônio da tireóide ou os efeitos metabólicos resultantes da elevação do nível hormonal estão provavelmente envolvidos.

A combinação do consumo freqüente de substâncias ácidas e práticas exageradas de higiene oral podem ser outro fator de alto risco. DAVIS & WINTER (1980) constataram que quando o esmalte está sujeito à agressão dos ácidos, ocorrerá completa erosão ácida do tecido superficial, junto com o amolecimento da sub-superfície. Quando o tecido desmineralizado restante é escovado, mesmo só com escova e água, ocorre abrasão acelerada. A erosão ácida seguida imediatamente por abrasão com escova e pasta dental resulta na remoção surpreendentemente rápida do tecido dental. 66 JBD - Jornal Brasileiro de Dentística & Estética - v.1 - n.1 - jan./mar. – 2002 Erosão Dental Decorrente de Refl uxo Gastroesofágico – Caso Clínico

Tratamento:


ATRIÇÃO
Atrição Dental consiste no desgaste mecânico das estruturas dentais causado pelo contato entre dentes antagonistas durante a Oclusão e o ato da Mastigação, tem sido relatado, em menor eficiência, o desgaste de dentes contíguos (Faces.Proximais)

O local e ocorrência Atrição Dental é, preferencialmente, nas faces oclusais, incisais, linguais dos Dentes Anteriores Superiores e vestibulares dos dentes anteriores inferiores. A aparência clínica quanto a primeira manifestação da Atrição Dental poderá ser um pequeno desgaste localizado na “ponta” ou no “bordo” da cúspide dental ou, então, um ligeiro aplainamento (achatamento) da bordo incisal dos dentes.

Tratamento: Em relação ao Tratamento da Atrição Dental é preconizada a remoção do fator causal (Fator Etiológico) e, posteriormente, e em função de cada caso clínico a Restauração Dental. Depende da Avaliação Clínica e as condições etiológica pode ser indicado a Placa Mio-Relaxante (Placa de Mordida Oclusal - PMO) para diminuir a o hábito da Atrição Dental Noturna (Bruxismo).
(
cloreto de estrôncio para dessensibilizar o dente, que atua como bloqueador parcial do referidos túbulos)
A sensibilidade dental pode ser reduzida mediante procedimento de Dentística Restauradora empregando o material Forrador de Cavidade (Proteção Pulpar).

Como complemento podem ser indicados Enxaguatórios (colutório) que são “anti-sépticos” (Anti-Sépticos Bucais) para bochechos e Dentifrícios (Pasta Dental) contendo em sua composição: Cloreto de Estrôncio, Fluoreto Estanhoso ou Monofluorofosfato.

ABFRAÇÃO:

Atualmente, denomina-se de Abfração a perda de estrutura dental (calcificada) por repetida pressão (Trauma Oclusal) sobre os dentes, causada por estresse oclusal (apertamento dos dentes) que provocam exposição da dentina promovendo hipersensibilidade na região cervical afetada.

O Cirurgião-Dentista poderá observar e constatar, clinicamente, a aparência de cunhas limitadas à superfície vestibular (face anterior) na região cervical (perto da gengiva) dos dentes, com maior prevalência em pacientes com Bruxismo.

Geralmente afetam as regiões subgengivais (regiões não atingidas pela Abrasão Dental e Erosão)

O exame radiográfico tem relativa contribuição, sendo que, em pacientes onde as forças oclusais estão agindo por muito tempo, pode ser observada imagem mais radiopaca (Radiografia Periapical) localizado na região envolve elemento dental dental.

Como plano de tratamento da Abfração Dental é recomendado, primeiramente, detectar, corrigir e eliminar as forças estressantes que atingem os dentes, sendo que, a avaliação dos Contatos Prematuros é realizada com a inspeção clínica e montagem em Articulador (aparelho que reproduz a mordida do paciente). Cumpre salientar que, o Cirurgião-Dentista deve estar atualizado quanto aos conhecimentos dos fundamentos básicos do Ajuste Oclusal (ajuste da mordida) fornecendo embasamento para os procedimentos efetivo para o Diagnóstico, Planejamento, Prognóstico e tratamento.

Como continuidades do tratamento são indicados os procedimentos restauradores, atualmente são preconizados materiais restauradores com qualidade que flexione com o dente, dentre estes materiais pode ser indicado o ionômero de vidro devido a sua resiliência Dental. Pelas observações clínicas têm sido relatadas as maiores freqüências da Abfração nos dentes inferiores.


Hipersensibilidade dentinárias em dentes com lesões cervicais não cariosas.

A hipersensibilidade dentinária é uma condição clínica odontológica relativamente comum e dolorosa da dentição permanente, manifestando-se de maneira desconfortável para o paciente. É causada por uma exposição da dentina ao meio bucal, como uma conseqüência da perda do esmalte e do cemento (Rimondini et al., 1995).

Esta perda da estrutura dentária na região cervical pode se dar por um processo de cárie, abrasão, erosão, abfração, ou, o que é mais comum, pela associação de dois ou mais fatores (Garone Filho, 1996). A dor apresenta-se de forma aguda e transitória, causada por estímulos mecânicos, térmicos, químicos e osmóticos.

Várias teorias foram apresentadas para explicar o mecanismo da transmissão da dor através da dentina, mas atualmente a teoria mais aceita para a hipersensibilidade dentinária é a “Teoria Hidrodinâmica”, proposta  por Brännström. De acordo com esta teoria, na presença de uma das lesões cervicais, onde ocorre a perda do esmalte e/ou do cemento, na região cervical, e conseqüente abertura dos túbulos dentinários ao meio bucal, permitir-se-ia, sob determinados estímulos, que o fluido dentinário se deslocasse no interior dos túbulos dentinários, estimulando indiretamente as extremidades dos nervos pulpares e provocando a sensação de dor.

Uma correta anamnese, associada a um exame clínico e radiográfico cuidadoso, permite diferenciar a hipersensibilidade dentinária das outras patologias que acometem os dentes. A hipersensibilidade dentinária pode apresentar cura espontânea, por remineralização pela saliva ou pela formação de dentina reacional. O tratamento definitivo seria aquele que diminuísse ou impedisse a movimentação dos fluidos nos túbulos dentinários (Garone Filho, 1996).



3 comentários:

  1. ola sou estudante de odontologia da UNIG gostaria de sua ajuda, gostaria que me indicasse algum livro que fale sobre Abfração.

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