segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Doenças odontogênicas do seio maxilar.


Doenças odontogênicas do seio maxlar.

Os seios maxilares são espaços preenchidos por ar que ocupam o osso maxilar bilateralmente.

Exame clínico do seio maxilar:
O Paciente com suspeita de doença no seio maxilar deve incluir a paracentese (punção de uma cavidade para evacuar liquido que lá se encontra acumulado) das paredes laterais do seio externamente sobre a proeminência do osso zigomático e palpação intra-oral da superfície lateral da maxila entre a fossa canina e a crista zigomática.

O seio afetado pode estar muito sensível a palpação e paracentese, a transiluminação é outro exame que pode ser incluído (em doença unilateral um seio pode ser comparado com o oposto)

O seio envolvido terá diminuição na transmissão de luz devido a acúmulo de fluido , detritos e pus e ao espessamento da mucosa do seio.
* Coloca-se uma lanterna no palato ou nas superfícies faciais do seio e observa-se a transmissão de luz através do seio numa sala escura.

Exame radiográfico do seio maxilar:
Filmes periapicais, oclusais e panorâmicas, na maioria dos casos irão fornecer informação adequada tanto para confirmar  quanto para afastar condições patológicas do seio.

Radiografia adicional de Waters.
Tomografia linear (raramente necessária)
Tomografia computadorizada.

A interpretação da radiografia não é difícil.
O corpo do seio deve aparecer radiolúcido e ser delimitado em toda área periférica por uma camada bem delimitada de osso cortical “comparar um lado com o outro”

Não deve haver evidência de mucosa espessada nas paredes osseas (indicativo de sinusite crônica), níveis ar fluido ( acumulo de muco, pus ou sangue), ou corpos estranhos livres.

Alterações radiográficas maxilares são esperadas na sinusite maxilar aguda e são secundárias ao preenchimento de uma cavidade normal, contendo ar com espessamento da mucosa do seio e acúmulo de muco ou pus. O espessamento da mucosa pode obstruir o ostio do seio e permitir acúmulo de muco, que tornará infectado e produzirá PUS.

Alterações radiográficas características:
- nível fluído no seio.
- espessamento da mucosa em qualquer parede do seio ou em toda ela.
- opacificação completa da cavidade sinusal.

Alterações indicaticas de sinusite maxilar crônica:
- Espessamento da mucosa.
- Opacificação do seio.
- Pólipos nasais ou antrais.

Condições dentais patológicas, como cistos ou granulomas, podem produzir lesões radiolúcidas que se estendem para a cavidade do seio. Elas podem ser distinguidas da anatomia normal do seio por associação ao ápice dentário, correlação clínica, com o exame dentário e presença de uma margem óssea cortical na radiografia, que geralmente separa a área em questão do próprio seio.

Infecções odontogênica do seio maxilar:
A mucosa do seio é susceptível a infecção, alergia e doenças neoplásicas. Doenças inflamatórias do seio, como infecção ou reação alérgica causam hiperplasia e hipertrofia da mucosa e produzem os sinais e sintomas de sinusite, assim como alterações radiográficas.

Se o óstio do seio se torna obstruído, o muco produzido pelas células secretoras de revestimento é coletado por longos períodos. O crescimento bacteriano pode então produzir uma infecção.
Sinusite: inflamação em qualquer dos seios paranasais.
Sinusite em todos os seios simultâneos = pansinusite.

A sinusite maxilar é comumente de origem odontogênica, porcausa da justaposição anatômica dos dentes e seio maxilar. Ela pode disseminar-se e envolver os outros seios paranasais, se não tratada ou tratada inadequadamente, assume um caráter fulminante e crônico.

As infecções odontogênicas que podem envolver o seio maxilar incluem a doença periapical aguda ou crônica e doença periodontal.
Também podem ser resultado de trauma dentário ou de cirurgia na parede posterior da maxila, incluindo exodontias, alveolectomias, redução da tuberosidade ou outros processos que causem a comunicação entre a cavidade oral e o seio maxilar.

Sinusite aguda sinais e sintomas:
-
descrito pelo paciente como desenvolvimento rápido de sensação de pressão, dor ou de peso nas proximidades do seio afetado.
- desconforto aumenta rapidamente e pode ser acompanhada de tumefação facial, eritema, mal estar, febre e drenagem de material mucopurulento com cheiro desagradável,  na cavidade nasal e nasofaringe.

Sinusite maxilar crônica sinais e sintomas:
- menos comumente originária de infecção odontogênica.
- Em geral é resultado de infecções fúngicas ou bacterianas que são de baixa intensidade e natureza recidivante, doença nasal obstrutiva ou alergia.

Tratamento da sinusite maxilar:
O tratamento precoce da sinusite maxilar consiste na umidificação do ar inspirado para liberar e ajudar a remover secreções ressecadas nas narinas e óstio do seio. Também requer o uso de antibióticos, descongestionantes sistêmicos e tópicos usados para reduzir o edema e a inflamação da mucosa e promover a drenagem do seio através da sua abertura natural. Em certos casos a drenagem cirúrgica é indicada. A causa da sinusite deve ser diagnosticada, tratada e eliminada.

O tratamento é direcionado para diminuir o quadro álgico e analgésicos e narcóticos são usualmente necessários.

Um spray nasal contendo vasoconstritor, tais como efedrina a 2% ou fenilefrina 0,25% é prescrito assim como anti histamínicos administrados por via oral, como pseudo-efedrina (Sudafed).
Antibióticos administrados empiricamente por 10 a 14 dias.
Material purulento deve ser submetido a cultura e teste de sensibilidade usando técnica tanto para bactérias aeróbias quanto para anaeróbios.

Se o organismo causador da infecção for um produtor de beta lactamase, outro, antibiótico como a combinação de trimetoprim-sulfametaxazol (Bactim, Septa) pode ser eficiente.
Cefaclor ou uma combinação de amoxicilina com clavulanato de potássio (augmentin) tem se mostrado eficiente.

A sinusite maxilar não tratada pode evoluir para uma variedade de sérias complicações como celulite de órbita, trombose do seio cavernoso, meningite, oesteomielite, abscesso intracraniano e morte.
obs: Beta-lactamase: são enzimas produzidas por algumas bactérias e são responsáveis por sua resistência a antibióticos beta-lactâmicos.
Celulite de órbita; doença infecciosa grave dos tecidos moles que rodeiam a órbita.

Comunicação buco-sinusal (oroantral)
Uma abertura no seio maxilar pode ser feita quando os dentes são removidos e ocasionalmente, como resultado de um trauma.
Essa perfuração do seio particularmente acontece quando um molar de raízes divergentes, na vizinhança de espaços edêntulos, requer extração.

Outras causas de perfuração do seio incluem, destruição de uma porção do assoalho do seio por lesões periapicais, perfuração do assoalho e membrana sinusal com uso inadequado de instrumentos, forçando uma raiz ou dente ao interio do seio durante a tentativa de remover e extrair, de grandes lesões císticas que ultrapassam os limites da cavidade do seio.

O tratamento das comunicações oroantrais é realizado imediatamente quando a abertura é criada, ou posteriormente, como no caso  de uma fístula de longa duração ou na falha de uma tentativa de fechamento primário.

Tratamento imediato:
Quando resulta da exposição e perfuração do seio, a terapia menos invasiva está indicada inicialmente. Se a abertura do seio é pequena e o seio está livre de doença, esforços devem ser feito para estabilizar o coágulo no local da extração e preserva-lo no local.

As sutura são feitas para posicionar reposicionar o tecido mole, e uma compressa de gaze é colocada no local da cirurgia sendo mantida ai por 1 a 2 horas. O paciente é orientado a ter precauções nasais por 10 a 14 dias.
-Entre elas: abrir a boca enquanto espirra, não sugar canudinhos, não tragar cigarros, etc...
E evitar assoprar o nariz ou qualquer outra situação que possa produzir alteração de pressão entre a passagem nasal e a cavidade bucal.

O paciente é submetido a uma antibioticoterapia usualmente penicilina, um anti histamínico, e um descongestionante nasal sistêmico por 7 a 10 dias para prevenir infecção, encolher as membranas mucosas e diminuir as secreções nasais e sinusais. O paciente deve ser visto no P.O em intervalos de 48-72 horas e instruído para retornar.

Tratamento de comunicações:

Retalho palatino: A artéria palatina anterior deve ser incluída no retalho para promover adequado suprimento sanguíneo para os tecidos moles que trocarem de posição.
Os tecidos moles em volta da abertura oroantral são excisados, expondo o osso alveolar subjacente em volta do defeito ósseo. O retalho palatino é demarcado, incisado e levantado a partir da porção anterior para posterior. O retalho deve ter a espessura completa do mucoperiósteo, ter umabase posterior ampla e incluir a artéria anterior palatina. Sua largura deve ser suficiente para cobrir todo o defeito ósseo em volta da abertura oroantral, e seu comprimento deve ser suficiente para permitir a rotação do retalho e seu reposicionamento sobre o defeito ósseo sem submete-lo a tensão. O retalho é submetido a rotação para cobrir o defeito ósseo do processo alveolar e suturado em posição.

Fonte: Cirurgia oral e maxillofacial contemporânea, Peterson.

Aberturas pequenas:
- fechamento por primeira intenção , unindo os bordos e suturar + antibioticoterapia e acompanhamento até promover a cirurgia de fechamento e retirada do corpo estranho.
Realizar irrigação e aspiração.

-fechamento por deslizamento: segunda intenção, incisão até fundo de sulco, deslizar o retalho e apoiar em osso, suturar (membrana+ cimento cirurgico)

Remoção de corpo estranho no seio:
- Após seio irrigado e aspirado e limpo, realizar técnica de Caldwell Luc (incisão de linear acima da raiz do canino até primeiro molar, perfuração em forma de tampa até a cavidade do seio, com pinça, retirar corpo estranho, irrigar, aspirar, limar a cortical, colocar membrana e suturar)

Técnica cirúrgica para remoção de cisto:
Enucleação: cisto pequeno - incisão + osteotomia + sutura.
Descompressão + enucleação: esvaziamento do cisto, diminuição do tamanho, para ver se a lesão regride e se afaste de tecidos importantes.
-Marsupialização: cisto de retenção glandular maior (remover a tampa e suturar as pontas.)
-------------

Tecnicas radiográficas:
RX lateral obliqua de mandibula: radiografia de angulo e corpo.
RX Póstero-anterior: ramo e angulo.^
RX de Towne: toda cortical basal da mandibula.

towne.

5 comentários:

  1. JA TEM MAIS DE 6 MESES QUE ESTOU COM CATARRO PRESO NA GARGANTA E FICO SUFOCADA E AS VEZES SEM AR. MAIS NO ANO PASSADO BATI UMA TOMOGRAFIA E DEU ESPESSAMENTO DA MUCOSA DO SEIOS MAXILARES..TO ASSUSTADA N SABIA Q ERA ISSO

    ResponderExcluir
  2. Acabei de fazer uma tumografia computadorizada que deu espessamento da mucosa do seios maxilares. Estou ha meses me sentindo sufocado com um muco muito espesso na garganta que as vezes consigo expectorar ( muco escuro, talvez com sanque).
    Estou nesse momento no consultorio agurado o atendimento, vamos ver o que esse dignostico significa. ..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vc precisou fazer a cirurgia? Qual seu face ou e-mail. estou o mesmo problema. Meu e-mail eh : sisimaga@hotmail.com

      Excluir
    2. Vc precisou fazer a cirurgia? Qual seu face ou e-mail. estou o mesmo problema. Meu e-mail eh : sisimaga@hotmail.com

      Excluir