sábado, 26 de janeiro de 2013

Tratamento pulpar em Odontopediadria.



Resumo Odontopediatria I.

Tratamento Pulpar em Odontopediatria.

Diagnóstico:
- Anamnese.

- Inspeção física:  O sucesso endodontico está intimamente relacionado com as condições; estados debilitantes contra-indicam a terapia pulpar. Quanto ao exame bucal devemos observar principalmente a mucosa; presença ou não de fístulas e tumefações; dores a palpação, que poderiam ser indicio de infecção periapical, ainda sem sinais externos reveladores como a tumefação. O exame de mobilidade é importante pois pode determinar abscesso, não deve confundir essa mobilidade com a reabsorção radicular.

-Exames auxiliares:  
* Radiográfico
* Testes térmicos; não são muito indicados pois há maior risco de falsos positivos.

Dentes decíduos com mais de 1\3 de raiz reabsorvida, respondem mal aos processos reparadores.

CAPEAMENTOS PULPARES.

Capeamento pulpar direto:
Na maioria dos casos é contra-indicado esse tipo de capeamento.
Esses apenas estão indicados em condições especialíssimas, em molares de crianças com menos de 4 anos de idade, ou antes do início da reabsorção desses dentes; e onde a exposição não foi contaminada por saliva; e o tecido cariado já tenha sido removido e o diâmetro da exposição seja pequeno.
Se contra-indicarmos o capeamento pulpar iremos fazer a polpotomia por ser mais segura.

Capeamento pulpar indireto:
Lançamos mão desses recursos particularmente em dentes com lesão de cárie profunda, em que a continuidade da remoção dessa pode expor a polpa. Nessas ocasiões suspendemos a curetagem e colocamos um curativo sobre a dentina remanescente, o qual pode ser de óxido de zinco e eugenol ou de hidróxido de cálcio.
Para o selamento da cavidade se for usado óxido de zinco e eugenol, optamos pelo IRM; se for o hidróxido de cálcio, sobre esse, verniz e um cimento.
A indicação desse tratamento está diretamente ligado a resposta pulpar. Obviamente dentes com pulpite, mesmo sem exposição pulpar, não se enquadram nessa indicação.

POLPOTOMIA.

Indicações para Polpotomia:
- Dentes decíduos com problemas pulpares, quando esse ainda deve permanecer na arcada por mais um ano, avaliado radiograficamente, com base no estágio de desenvolvimento do sucessor permanente e na quantidade de raiz reabsorvida.

-Dentes decíduos cariados, cuja profundidade da lesão pode quando da remoção da dentina infectada, apresentar probabilidade de exposição pulpar.

- Nos casos de pulpite em fase inicial, quando, ao se praticar a polpotomia, ainda há sangramento considerado normal.

Polpotomia com a aplicação da Pasta Guedes-Pinto.
A pasta, constituída de iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e Ricofort em partes iguais, que estamos usando há cerca de vinte anos com êxito na obturação de canal de dentes decíduos com polpa mortificada.

Essa pasta é anti-séptica e pouco irritante para os tecidos.

Técnica:
* Anestesia e Isolamento relativo e Absoluto.
* Remoção do tecido cariado.
* Remoção do teto da câmara pulpar.
* Polpotomia. Executa-se com escariadores em forma de colher, bem afiados. A seguir obtemos a hemostasia com o uso de penso de algodão sob pressão.
* Agumas vezes, após a hemostasia completa, podemos lavar a câmara pulpar com detergentes, com finalidade de remover resíduos que ainda existam no interior.
* Colocamos a pasta sobre os filetes radiculares. Sobre a pasta colocamos um pouco de pó de iodofórmio, sobre esse colocamos uma delgada camada de guta-percha, a seguir cimento e a restauração.

Note que não se coloca qualquer medicamento sobre a polpa amputada, mas apenas a pasta.
Após o contado da polpa com a pasta, observa-se inflamação imediatamente após seu emprego, que praticamente desaparece no prazo de 28 dias.
Não é observado necroso com esse medicamento comparado com outros usados para dentes decíduos.

PULPECTOMIA.

Indicações:
* Dentes com pulpite aguda que após tentativa de polpotomia continua o sangramento abundante.
* Dentes anteriores ou posteriores com grande destruição coronária que necessita de pino intra canal.
* Casos de pulpite em fase irreversível ou de dúvida da vitalidade da polpa.

Tratamento de Dentes Decíduos com Polpa Mortificada.
O tratamento de dentes decíduos com necrose é basicamente um problema de remoção da maior quantidade possível de tecido contaminado de dentro dos canais radiculares, permitindo, assim, que o medicamento usado atue sobre a menor quantidade possível desse tecido, obtendo-se melhor ação.

Espera-se também, uma resposta orgânica favorável, que será avaliada em exames clínicos e radiográficos periódicos (três meses pelo menos).

O problema do tratamento pulpar fica condicionado a eliminação do máximo de tecido necrosado e contaminado, a ação de medicamentos e, finalmente, a resposta orgânica favorável.
A mesma técnica que vamos expor para dentes decíduos com necrose usamos para dentes com vitalidade, nos casos em que está indicada a pulpectomia.

Indicações e contra-indicações.
A técnica está indicada para dentes anteriores e posteriores com mortificação pulpar, com ou sem lesão periapical, na presença ou não de fístula.

Contra indicações:
- crianças com pouca saúde e baixa resistência a infecção;
- grande reabsorção radicular (cerca de 2\3), tudo indicando que o dente decíduo será substituído pelo permanente em seis meses, no máximo;
- grande destruição coronária, o que impediria a colocação de restauração ou prótese unitária.
- lesões de cárie extensas que tenham atingido a raiz, especialmente a bi ou trifurcação.

Técnica:
-
Anestesia, isolamento relativo e absoluto.
- abertura da câmara coronária com broca tronco cônica invertida, como movimentos de dentro para fora.
- esvaziamento da câmara coronária com auxílio de cureta, seguido de irrigação com tergentol-furacin;
- localizações dos canais radiculares;
- levar a câmara coronária o Endo PTC, que deve ser ativado pelo líquido de Dakin. O Endo PTC deve preencher toda a câmara coronária, e o líquido de Dakin deve ser gotejado sobre ele até se obter a efervescência desejada.
- instrumentação do canal com lima do tipo Kerr, utilizando sempre mais 2 limas a partir da primeira.
- quando a diminuição da efervescência colocar mais gotas de líquido de Dakin. Quando a solução ficar diminuída, colocar mais Endo-PTC.
- a irrigação final é feita com tergentol furacin.
- a secagem final do canal é feita por sucção e a secagem dos canais com cones de papel.
- obtura-se o canal com pasta Guedes-Pinto.
- colocar na câmara coronária uma base de guta-percha bem delgada e , a seguir, selar e obturar o dente.

Pós-operatório:  o p.o clínico e excelente, não havendo qualquer manifestação. No p.o radiográfico, deve se fazer acompanhamento até regressão completa da lesão, caso houver.

Resumo do livro “Manual de Odontopediatria” Guedes-Pinto.


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