terça-feira, 16 de abril de 2013

Restaurações Provisórias ( Prótese FIXA )


RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS
É importante que o dente preparado seja protegido e que o paciente sinta-se bem enquanto espera a restauração definitiva.

Durante o tempo que transcorre do preparo a colocação da restauração definitiva, o dente deve ser protegido por uma restauração provisória, que durante muitos anos foi conhecida como restauração temporária.

Requisitos de uma boa Restauração Provisória:


1
. Proteção da Polpa:
A restauração deve ser feita de um material que evite a condução de temperaturas extremas. As margens devem estar bem adaptadas para evitar infiltração da saliva.

2. Situação Estável:
O dente não deve apresentar movimentos em direção alguma (oclusal, mesial e distal). Qualquer deslocamento irá exigira ajustes ou reconstrução da restauração final no momento da cimentação.

3. Função oclusal:
Com a boa função oclusal da restauração provisória o paciente terá mais conforto, a migração do dente será prevenida, evitando-se, possivelmente, o desequilíbrio articular ou neuromuscular.

4. Facilidade de Limpeza:
Deve ser feita de um material e ter um contorno que permita a sua limpeza durante o tempo em que estiver em uso. Se os tecidos gengivais permanecerem sadios durante esse período, será menor a probabilidade de surgirem problemas após a cimentação da restauração final.

5. Margens bem delimitadas:
É da maior importância que as margens da restauração provisória não pressionem o tecido gengival. A inflamação resultante poderia causar a proliferação e recessos gengivais ,ou, no mínimo, hemorragia durante a moldagem e cimentação. Os contornos mal feitos de uma restauração de metal ou  resina pré-fabricada provisória podem criar saliências capazes de ferir a gengiva, enquanto as coroas provisórias de resina feitas no consultório podem ter ressaltos horizontais se não forem bem aparadas. Por outro lado, uma restauração com margens excessivamente curtas também pode provocar proliferação do tecido gengival.

6. Resistência e Retenção:
A restauração deve suportar as forças as quais sera submentida sem fraturar nem se deslocar do dente.
Fraturada uma prótese parcial fixa provisória poderá acelerar o movimento do dente. A restauração deve permanecer integra durante a sua remoção para que possa ser reutilizada, se necessário.

7. Estética:
Em alguns casos o provisório deve produzir bons resultados estéticos, sobretudo em dentes anteriores e pré-molares.

TIPOS DE RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS

Restaurações pré-fabricadas e artesanais:
Podem ser classificadas, segundo o tipo de execução, pré-fabricadas ou artesanais.  As pré-fabricadas compreendem desde cilindros de alumínios até formas de coroas anatômicas em metal, celuloide transparente e policarbonato na cor do dente. Podem ser usadas apenas para restaurações de dentes unitários.
As coroas e próteses parciais fixas artesanais podem ser feitas de vários tipos diferentes de resina, por meio de diversos métodos, diretos ou indiretos.

Técnicas Diretas e indiretas:
Segundo a técnica direta, a restauração é feita sobre o dente preparado, na boca, enquanto pela técnica indireta ela é feita fora da boca, sobre um modelo de gesso de presa rápida.

 Para que não fique presa em áreas retentivas, a restauração provisória direta de resina precisa ser retirada do dente antes que termine a sua polimerização.

Confecção do provisório em laboratório protético com resina acrílica ativada termicamente. Esta técnica é indicada quando o provisório é realizado com o intuito de ser usado por muito tempo. Apresenta resultados estéticos ótimos, mas custo maior. Consiste na moldagem do preparo e envio ao laboratório, onde será confeccionado o provisório. É importante sempre lembrar da necessidade da moldagem do arco antagonista e da tomada do registro de mordida, afim de que o protético possa estabelecer os contatos ideais com os elementos antagonistas e adjacentes.

Resinas para as restaurações provisórias:
O poli(metilmetacrilato) é a usada há mais tempo. Nos últimos anos tem sido muito usados o poli (etilmetacrilato), o poli (viniletilmetacrilato), a resina composta bisacrílica e o uretano-dimetacrilato, que é fotopolimerizavel. Nenhuma resina é superior as outras sob todos os aspectos, e o dentista deverá ponderar as vantagens e desvantagens de cada uma ao fazer sua escolha.

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A INDICAÇÃO:

Em caso de dentes íntegros ou com preenchimento:
Técnica

- Através de moldagem prévia do elemento antes do preparo dental
A moldagem é realizada com alginato ou optosil.
Após a execução do preparo dental, vasilina-se o dente afim de impedir a retenção da resina no mesmo.
Manipula-se a resina acrílica e, quando esta se encontrar na fase plástica, preenche-se o molde e leva-se o mesmo á boca.
Durante a fase borrachóide da resina, remove-se e recoloca-se a moldeira em posição, afim de facilitar a posterior remoção do provisório, através da compensação da contração da resina.
Após a completa polimerização da resina, retira-se o provisório do dente, executando-se os procedimentos de acabamento e polimento.
O reembasamento é feito com resina Duralay, a qual apresenta rápida polimerização e alta lisura, sendo favorável ao periodonto.
Após novo acabamento e polimento, realiza-se o ajuste proximal e oclusal.
Esta técnica apresenta a vantagem de já obtermos a escultura, sendo portanto simples e rápida.

Em caso de dentes com núcleo ou sem integridade de forma:
Técnicas
- Através de “bola” de resina acrílica (técnica da bolinha)

Vaselina-se o dente em questão, assim como seus antagonistas e adjacentes.
Manipula-se a resina acrílica e durante a fase plástica faz-se uma “bolinha”, leva-se a boca e pede-se para o paciente ocluir.
Adapta-se a resina ao dente com auxílio de um instrumento rombo.
É importante lembrar que é necessário a remoção e recolocação do provisório em posição durante a polimerização da resina.
Após a total polimerização, removem-se os excessos com disco de lixa de granulação grosseira.
O reembasamento é feito também com resina duralay, devendo o provisório atingir o término do preparo.
Realiza-se o ajuste proximal e oclusal, término da escultura e posterior polimento da mesma maneira anterior.

-Através do uso de dentes de estoque:

Esta técnica é indicada para dentes anteriores, onde a estética é fundamental.
Inicialmente seleciona-se a cor, forma e tamanho do dente de estoque, tendo em base os dentes adjacentes e antagonistas.
Desgasta-se o mesmo com broca esférica, podendo ser removida toda a sua face lingual.
Seleciona-se em seguida resina acrílica de cor compatível com o dente, manipula-se a mesma, preenchendo o dente de estoque e levando-o em posição, com o dente preparado já vaselinado.
Remove-se os excessos e procede-se ao reembasamento, acabamento e polimento.
É importante ressaltar que deve-se conservar o máximo possível o dente de estoque, visto que este apresenta polimento ótimo, dificilmente obtido em consultório.




-Através do uso de coroas de policarbonato
Esta técnica apresenta a vantagem de produzir resultados ótimos quanto a lisura do provisório.
Seleciona-se inicialmente a coroa de policarbonato, levando-a a boca para a prova e adaptação, a qual é realizada com auxilio de tesouras.
A coroa funciona como um molde, por isso deve-se selecionar um tamanho maior que o desejado, com o intuito de compensar a contração da resina.
Preenche-se a coroa com resina acrílica e leva-se a mesma a boca.
Após a polimerização, remove-se a coroa de policarbonato e obtém-se o provisório.
Procede-se ao acabamento e polimento como nos casos anteriores.

Em casos de dentes com tratamento endodôntico sem núcleo:
Técnica
- Através do uso de pinos intrarradiculares

Técnica indicada em dentes com tratamento endodôntico, onde é necessário buscar retenção intra canal para o provisório.
Inicialmente regulariza-se o remanescente dental, e em seguida inicia-se a desobturação do conduto com auxilio de Calcadores de Paiva.
Vaselina-se o conduto e seleciona-se um fragmento de fio ortodôntico ou clipe, fazendo retenções no mesmo.
Coloca-se a resina acrílica ao redor do pino e o leva em posição, removendo e recolocando até a completa polimerização.
Quando pronta a porção radicular, completa-se a porção coronária usando a técnica do dente de estoque ou da “bola de resina”




Cimentação
A cimentação é feita através do uso de cimentos provisórios a base de hidróxido de cálcio ou óxido de zinco com ou sem eugenol.
Os cimentos a base de hidróxido de cálcio apresentam a vantagem de não interferir na polimerização da resina, mas possuem tempo de presa menor.

Passos para a cimentação:
- Isolamento relativo;
- Secagem do campo e provisório, evitando solubilização do cimento;
- Manipulação do cimento e colocação do mesmo no provisório e este a boca;
- Checagem da oclusão;
- Remoção dos excessos com auxilio de explorador e fio dental;
- Importante: deve-se ter cuidado de não levar resíduos ao periodonto, o que pode levar a trauma e inflamação gengival, e consequente dificuldade na moldagem.


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