terça-feira, 13 de maio de 2014

Anatomia - O crânio (vista inferior)

VISTA INFERIOR:

Com a mandíbula removida, a parte anterior do crânio por esse ângulo de observação, é ocupada pelo palato ósseo, que é formado pelo processo palatino da maxila e pela lâmina horizontal do palatino, de cada lado. Essas quatro peças ósseas são separadas por suturas, a saber: sutura palatina mediana e sutura palatina transversa. Em crânios de crianças encontra-se presente a sutura incisiva, que separa o osso incisivo da maxila. Anteriormente, a fossa incisiva interrompe a sutura palatina mediana e recebe, de cada lado, uma abertura do canal incisivo, o forame incisivo, que da passagem ao nervo nasopalatino.

A maxila é, depois da clavícula, o osso de desenvolvimento mais precoce. Durante sua ossificação, ambos os processos palatinos podem permanecer separados, com uma fissura entre eles, através da qual a boca se comunica com a cavidade nasal. A fissura palatina pode combinar-se com uma possível persistência da sutura incisiva, de um ou de ambos os lados. Essa anomalia dificulta sobremaneira as ações de falar e deglutir e pode provocar a aspiração de alimento pelo sistema respiratório até os pulmões.

No ângulo póstero lateral do palato ósseo, ao lado do último molar, localiza-se o forame palatino maior, que constitui abertura inferior do canal palatino maior e , portanto, faz comunicação com a fossa pterigopalatina. Deixa passar o nervo palatino maior e vasos homônimos.

Atrás do forame palatino maior situam-se geralmente dois forames palatinos menores, dos quais saem nervos e vasos palatinos menores. O processo palatino é rugoso, ao contrário da lâmina horizontal, que é lisa; na frente do forame palatino maior, pequenas proeminências, as espinhas palatinas, circunscrevem dois ou mais sulcos palatinos, de direção ântero-posterior.


O centro do palato ósseo, ao longo da sutura palatina mediana, é frequentemente elevado. Mas às vezes, forma uma eminência grande, a ponto de ser individualizada com a denominação de toro palatino. Sua presença pode dificultar a estabilidade de uma prótese total. Ocorre com alguma freqüência em certas raças e mais frequentemente em mulheres. Não há evidência de sua associação com o toro mandibular.

O processo alveolar limita ântero-lateralmente o palato ósseo. Com os dentes removidos pode-se reconhecer cada alvéolo separado de seu vizinho por um septo interalveolar. Os alvéolos dos dentes bi e trirradiculares, por serem multiloculares, possuem septos inter-radiculares.
Interna e externamente delimitando o processo alveolar, as lâminas ósseas vestibular e lingual completam o alvéolo.



A borda posterior do palato ósseo é formada por duas linhas curvas, côncavas posteriormente, que se encontram numa saliência chamada espinha nasal posterior.

Na vista inferior aparece bem o processo pterigóide com sua fossa pterigóidea (entre as lâminas lateral e medial do processo pterigóideo), local de origem do músculo pterigóideo medial. O músculo pterigóideo lateral se fixa na face lateral da lâmina lateral. Acima da fossa pterigóidea, uma outra menor, a fossa escafóide, da fixação ao músculo tensor do véu palatino.

Entre as lâminas mediais, e parcialmente coberto por extensões destas e pelas asas do vômer, está o corpo do esfenóide.  À sua frente, a porção posterior da cavidade nasal pode ser vista através das coanas. O corpo do esfenóide se solda com a parte basilar do occipital. Até os 16 ou 17 anos de idade, esta união tem a interposição de cartilagem e se denomina sincondrose esfeno-occipital, um importante centro de crescimento da base do crânio no sentido ântero-posterior. Lateralmente a parte basilar do occipital, a parte petrosa do temporal se avizinha do esfenóide e do occipital, e delimita o forame lacerado, que no vivente é preenchido por cartilagem. Posteriormente, o amplo forame magno permite que o tronco encefálico, proveniente da cavidade do crânio, continue com a medula espinal no canal vertebral.
Ao lado do forame magno, o côndilo occipital oculta uma escavação horizontal transversal, o canal do hipoglosso, que transmite o nervo hipoglosso. Atrás do côndilo, o inconstante canal condilar de disposição ântero-posterior é passagem de uma veia emissária.

Voltamos agora para a superfície mais lateral da norma basilar, nota-se o conjunto maxilo-zigomático-temporal-esfenóide que circunscreve as fossas temporal e infratemporal.

Aqui, a face articular superior da articulação temporomandibular, pertencente à parte escamosa do temporal, pode ser bem examinada. A eminência articular é um relevo transversal, com suas extremidades elevadas. Seu limite anterior é indistinto; sua vertente posterior inclina-se em direção a uma escavação de profundidade variável, elíptica com o maior eixo transversal, a fossa mandibular. O fundo da fossa mandibular é feito de uma lâmina óssea muito delgada. Na sua porção lateral, a margem lateral da fossa tem uma proeminência de perfil triangular mais ou menos desenvolvida, que é o processo retroarticular. Atrás dele localiza-se a parte timpânica do temporal, separada da fossa mandibular e do próprio processo retroarticular pela fissura timpanoescamosa, que se relaciona com o nervo corda do tímpano. Ainda que o processo retroarticular seja limitado à metade lateral da fossa mandibular qualquer deslocamento exagerado da mandíbula para trás não provocará impacto contra a parte timpânica, mas sim contra o processo retroarticular.

Na face inferior da parte petrosa se inicia o canal carótico, um túnel através do qual a artéria carótida interna viaja para dentro da cavidade do crânio.

Por estar em relação imediata com as orelhas média e interna, os batimentos da artéria contra o osso que a separa das orelhas podem ser ouvidos em momentos de excitação ou de grande esforço físico.


Mais atrás, a fossa jugular delimita com a incisura jugular do occipital o forame jugular, importante passagem para a veia jugular interna e os nervos glossofaríngeo, vago e acessório. Lateralmente ao forame jugular aparecem os processos estilóide e mastóide, e entre ambos, o forame estilomastóideo, saída do nervo facial.



fonte: Livro Anatomia da Face Bases Anatomofuncionais para a prática Odontológica "Miguel Carlos Madeira"

Nenhum comentário:

Postar um comentário